terça-feira, 21 de julho de 2009

Sinto-me um iman


Não quero já chegar a essa conclusão, nem debruçar-me muito sobre o assunto se não acho que não me vou sentir muito bem, ou pelo menos vou sentir que a vida não é muito justa para mim.
sinto que atraio pessoas com problemas, situações por resolver, passados complicados de que fogem. Todas as pessoas que se têm aproximado de mim estão basicamente na mesma situação. Não digo com isto que não gosto delas, ou que me sinto usada, ou que não me dá um enorme prazer ajudar, bem pelo contrário, sinto-me muito bem ao faze-lo, sinto-me útil e quando posso ajudar os meus amigos a chegarem mais rápido ao fim do sofrimento e sentirem-se novamente livres. Mas e e eu? Quando encontrarei alguém que esteja bem, resolvida com o seu passado e aberta a encarar um futuro sem mochila ás costas? Quando encontrarei alguém disponível, com o coração sem dono? Será essa a minha função? Ajudar quem de mim se aproxima a fazer as pazes com o passado e depois ve-las entregarem-se a novos amores com a garantia que se não der certo têm onde voltar para se curarem?
Quando chegará a minha hora? quando terei o direito de tentar ser feliz?

Aprendi com uma grande amiga a gerir a minha auto-piedade da seguinte forma: quando algo me magoa ou atormenta permitir-me durante 24h ter pena de mim mesma, chorar, enfiar-me no meu canto, dedicar-me à minha mágoa e depois de passadas essas 24h erguer a cabeça e ir à luta, batalhar pelo que procuro e quero para mim.

Hoje estou nas minhas 24h.

3 comentários:

  1. Aquilo que te aconteceu já me aconteceu a mim também, mas com a agravante de me absorver como uma esponja. Eu vivia o problema das outras pessoas como se fosse meu, sugava-me e chegava muitas vezes a sufocar-me.
    Cheguei à conclusão que só podemos ajudar e auxiliar até certo ponto, depois têm que ser as próprias a querer seguir em frente e descobrir o caminho certo. Quer faça-mos muito quer faça-mos pouco o resultado só será prático se as próprias colaborarem, de forma que resolvi me abstrair, despregar, um pouco dos problemas alheios e pensar mais nos meus e em mim.
    É bom e reconfortante ajudar os outros, mas também é bom olhar pra nós mesma e pensar que podemos recorrer a alguém pra nos ajudar, mas parte de nós mesma a força e vontade pra ultrapassar o problema.

    Tenho adorado ler o teu blogue, Ana. Tenho aprendido muito com ele. Obrigada por o teres partilhado comigo.

    Beijinhos *_*

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  2. Ai ai ai, M'lheí!!!
    Então o que é isto agora???

    Sabes que deste lado não tens só 24 horas!!! fora do meu horário de serviço, tenho sempre umas horas extras na minha agenda para ti!!!

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  3. Está resolvido, de vez em quando preciso fazer uma limpeza mais profunda à minha cabeça, e preciso destes momentos para perceber o que estou a sentir.
    Obrigada amigos pelos vossos comentários e com vocês a aprendizagem é reciproca.

    Beijinhos aos dois.

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