domingo, 21 de março de 2010



Família, o que é a família?
Durante anos acreditei que seriam as pessoas com quem podia contar incondicionalmente, acreditei ser o meu porto seguro, aceitei-a com os defeitos inerentes a cada ser humano, não julguei, não critiquei, amei-a simplesmente e dediquei-me a essas pessoas crendo que fazia parte de algo bonito.

Sempre pensei que a Família era um direito que todos temos , hoje percebo que não o é, entendo ser um privilégio que tem que ser merecido, e a minha família de sangue não o merece, exceptuando a única pessoa que faz parte de mim e pela qual era capaz de tudo sem hesitar.

Felizmente, cedo percebi que embora importante a minha família não me bastava, procurei fora dela pessoas que me entendiam, com as quais poderia ser eu mesma sem necessidade de medir as palavras, sem medos de julgamentos, pessoas que me fazem pensar, com quem me identifico e com as quais cresço todos os dias.

Hoje essas pessoas são a minha família, uma família que escolhi , onde encontro o tal porto seguro e tenho o privilégio de me dar realmente a quem merece a minha entrega. Hoje tenho uma MULHER com a qual partilho a minha vida , IRMÃOS com os quais posso dividir tudo, TIOS que me ouvem , preocupam-se e me aconselham, PRIMOS com quem brinco sem maldade e tenho aqueles familiares distantes que embora não falemos com frequência sabemos que podemos contar uns com os outros sempre.
Hoje sinto-me realmente privilegiada por ter uma VERDADEIRA FAMÍLIA com a qual posso partilhar o meu FILHO e sei que o seu bem estar é defendido por todos eles de uma maneira única e linda .

terça-feira, 9 de março de 2010

Gosto de Ti

Gosto do teu andar despreocupado, dos teus lábios certinhos com um gosto único, da profundidade dos teus olhos cor de mar, do teu cabelo que parecem fios de seda a deslizarem entre os meus dedos, do teu nariz de ponta fria, das tuas orelhas sensíveis, do teu grandioso metro e meio.

Gosto do teu jeito desembaraçado, da tua maneira de encarares a vida e as coisas comuns, da tua cabeça arejada, dos teus silêncios que me dão espaço para me ouvir, de me calar para te escutar, do teu sorriso aberto, do teu olhar mais secreto, das tuas piadas, das nossas cumplicidades, das brincadeiras, das conversas sérias, das gargalhadas.

Gosto das tuas mãos entre as minhas, da tua cabeça no meu peito a contar as batidas do meu coração, de te cheirar, de te sentir, de nos adivinharmos, de me deitar a teu lado e no dia seguinte acordar e ver que o sol continua a brilhar.

Gosto de te sentir colada a mim, do toque único da tua pele, de quando ela arde, de me sentir arder, de contigo ir ao céu dentro de quatro paredes, de sonhar, de sonharmos.

Gosto de sentir que estás sempre perto e sempre estarás, que vives dentro de mim, que me permites viver dentro de ti, que compras as minhas lutas, vibras com as minhas vitórias, amenizas as minhas derrotas, que te partilhas, que me partilhas.

Gosto de saber que mesmo longe estás perto, que rapidamente estarás aqui, por isso espero serena e feliz, e nos sentimentos que transformo em palavras vejo a cor, sinto o sabor e o aconchego deste AMOR, entrego-me e sinto crescerem-me asas, sinto-me flutuar, sinto-me a voar.
Gosto-te como um todo, fazes-me sentir única e especial!

Finges ser espinhosa, mas no fundo, e nem sequer é bem lá no fundo, és simplesmente deslumbrante.

domingo, 7 de março de 2010

Manter o foco


Confesso que durante muitos anos da minha vida vivi prisioneira de mim mesma. Embora mostrasse ao mundo uma pessoa forte, desinibida e bastante social, no fundo era precisamente o oposto, sentia a necessidade de mostrar o que não era pois não sabia lidar com as minhas fragilidades, umas alturas mostrava a pessoa que gostaria de ser, outras o que achava que esperavam de mim.
Cometi muitos erros, vivi enormes enganos e no fim a única pessoa que enganei foi a mim…
Numa altura em que me vi sem chão, em que não sabia quem era realmente percebi que a minha vida era só minha, só a mim cabia vive-la e que os caminhos que escolhesse me iriam levar a algo de bom ou mau consoante aquilo em que me baseava.
A partir dessa data dediquei-me a procurar-me, a conhecer-me, a entender-me, basicamente esforcei-me para perceber porque agia sempre da mesma maneira quando me deparava com situações idênticas sem nunca me questionar se estaria a agir correcto nem tão pouco tentar avaliar a situação e aprender com ela, mais que não fosse aprender que aquela maneira de agir não me era benéfica e a tentar outra da próxima vez.
Passei a fazer viagens dentro de mim, aos poucos fui-me apresentando à minha pessoa, despida de mascaras ou de manipulações, nem sempre o que via ou vejo é bonito aos meus olhos, nem sempre concordo com os argumentos que me habituei a usar para mim mesma para justificar as minhas acções. Quando me deparo com algo de que não gosto, trato de me manter focada, de manter presente no meu consciente e esforço-me para agir de maneira diferente quando me deparo com algo semelhante. É um exercício de tentativa erro, mas com o tempo vou falhando menos e vou-me aproximando mais da pessoa que quero ser.
Há cerca de um ano a trás lidei com a maior de todas as minhas fragilidades, a maneira como me sentia realizada emocionalmente, hoje, um ano passado sinto-me perfeitamente segura em relação a esse medo que tantas vezes me atormentou, sinto-me livre e em paz comigo.
Acho que chegou a hora de lidar com outra grande fragilidade com que tenho vivido.
Insegurança.
O medo de perder o que tenho bloqueia-me e impede-me de agir. Talvez porque as vezes que me esforcei para o fazer perdi sempre. Mas sei que para evoluir, para chegar ao que quero para mim, para me sentir bem comigo e com os outros preciso vencer esse medo.