segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Pela primeira vez, desde há algum tempo que não consigo, ou não quero conseguir, perceber o que sinto. Dou por mim a criar ruído à minha volta para não ter que pensar. Luto para não entrar dentro de mim, para não sentir a solidão da minha dor, para não ver a minha impotência, para não aceitar que o destino do meu bem estar e da minha felicidade está entregue a terceiros e que nada mais me resta do que esperar, entregar, sofrer calada e sufocar o uivo de angustia que teima em sair da minha garganta. Engulo as lágrimas, esboço sorrisos, mascaro palavras, fujo do tornado de pensamentos e de possíveis realidades futuras que assolam o meu pensamento e ferem o meu coração. Quero crer que tudo isto tem um sentido, que estou a ser posta à prova, que no final está à minha espera um pote de ouro, mas se assim é, porque não acredito nas palavras de esperança que oiço diariamente? Porque não me tranquilizam os abraços de quem luta a meu lado? Porque vivo em sobressalto e um simples SMS faz disparar o meu coração com medo do que lá estará escrito?
Onde anda o meu optimismo que sempre me permitiu olhar para os caminhos tortuosos e ver lá uma flor ou um aroma que me mostrava que em tudo se pode ver o belo, basta ter os olhos abertos e a alma desperta para o ver?
Tudo o que sou, ou que pensava ser, está a ser posto à prova, e tenho medo de não ter forças para ser tudo ao mesmo tempo, sinto o chão degradar-se debaixo dos meus pés, atiro cordas para todos os pontos de apoio que vejo, mas serão estes suficientes para me segurarem?
Sinto um medo solitário e pessimista, sinto-me ao contrário do que sou ou que achava que era...
Mas uma coisa eu sei, nenhuma dor será tão insuportável ao ponto de me fazer desistir...

domingo, 22 de novembro de 2009

"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio... (...)"
(Oswaldo Montenegro)

Ao ler estes versos do poema de Oswaldo Nascimento vi em tão poucas linhas a definição perfeita de como me sinto neste momento.
Luto comigo mesma para que o medo não me paralise, não cale o meu cérebro pois o que anseio depende muito da maneira como eu conduzir as coisas, não posso dar-me ao luxo de me entregar por um minuto que seja aos meus medos, quando eles chegam em silencio trato logo dos afastar, neste momento não estou em condições de os aceitar e muito menos de viver com eles.
Por outro lado perdi o que para mim era, bem ou mal, um porto seguro, aquele que conheci desde sempre e obrigo-me a não ver o mundo baseado nessa perda, recuso-me a tomar a falsidade como bitola a aplicar a quem se cruze no meu caminho, mas em silencio são ideias que me passam pela cabeça (...)Porque metade de mim é o que grito, mas a outra metade é silencio... (...).

sexta-feira, 20 de novembro de 2009



Espera...
Uma espera que me corroí por dentro quando a encaro emocionalmente e que me dá esperanças quando a encaro racionalmente.
Espera auto-infligida como alguém me disse à uns dias, sim eu podia deixar de esperar mas até que ponto iria ser benéfico a longo prazo? Até que ponto uma atitude irreflectida poderia deitar tudo a perder?
Uma coisa eu sei, fiz o melhor que podia e que sabia, hoje mais que nunca me revolta terem posto a minha dedicação como mãe em causa para proveito próprio, para justificarem atitudes injustificáveis, como não gosto usar a palavra "nunca" pois os caminhos da vida às vezes pregam-nos peripécias vou colocar assim: Pela primeira vez sinto que dificilmente conseguirei perdoar ou esquecer tais actos, foram uma marca feita a ferro em brasa no meu coração.
Só quem não sabe o que é amar, só quem não sabe o que é o amor que uma mãe sente por um filho e que um filho sente por uma mãe se arrisca a pô-lo em causa de uma maneira tão grotesca e tão vil.
Quero crer que a vida lhes vai mostrar a dor que provocaram, a mágoa insuportável que infligiram de ânimo leve, a chaga que só sentindo se poderá dar o real valor, não será pelas minhas mãos certamente, dessas pessoas apenas quero distância...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sinto-me assim, amarrada de pés e mãos, arrancaram-me as entranhas, desventraram-me, levaram-me mas esqueceram-se de mim aqui, fui contigo. Estou contigo a cada segundo, o meu pensamento, o meu coração está em ti, não temas, nada temas, eu não vou descansar, moverei o universo se necessário for para te ter a meu lado, para ficarmos juntos. só eu sei a dor que é ter que ficar quieta, calcular milimetricamente todas hipóteses, medir todos os passos, não poder ter um acesso de loucura e fazer o que tenho vontade, mas tenho que aguardar, ficar quieta e aguardar. No fim esta dor vai ser superada pela alegria de ficarmos juntos definitivamente. Tu próprio disseste que há coisas que parecem más mas que depois se transformam em boas, hoje estás sozinho na ilha, mas ela está a começar a pegar fogo e rapidamente vai passar um barco que ao ver o fumo te vai trazer de volta a casa, à tua casa, à nossa casa.
alguém disse que "Para estar perto não precisa estar do lado, basta estar dentro" e tu estás dentro de mim assim como eu estou dentro de ti e a distância só vai tornar o cordão umbilical que nos une mais forte que titaneo.
AMO-TE MUITO MEU AMOR

terça-feira, 10 de novembro de 2009


Recebi o meu primeiro selo da Ana J. M. Luz, a regra é postar um texto ou poema sobre a amizade, pois cá vai um dos textos que reflecte bem como eu vejo os meus amigos:

"Escolho os meus amigos não pela pele ou por outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero o meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco.

Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho os meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.

Não quero só o ombro ou o colo, quero também a sua maior alegria. Amigo que não ri connosco não sabe sofrer connosco.

Os meus amigos são todos assim: metade disparate, metade seriedade.

Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois vendo-os loucos e santos, tolos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril."

De: Oscar Wilde

E agora aqui vai a minha pequena mas sentida lista a quem tenho a honra de oferecer o selo da minha amizade:

[=] Connata Virginallis Solís [=]
Phoenix
Themis Artaud*
DeusaNocturna
SanteagO



domingo, 8 de novembro de 2009

Quem me dizia a mim há apenas onze meses atrás que hoje estaria onde estou. Pela primeira vez senti que seria verdadeiramente "Ano Novo Vida Nova", dediquei-me a conhecer-me nesta nova fase da minha vida em que tudo era novo. quando me senti segura de mim dei-me a conhecer e no momento certo dois caminhos se cruzaram, estávamos ambas no mesmo ponto, como ela mesma disse aqui "Apesar de os pontos de partida e os caminhos serem distintos, partilho contigo a tua conclusão!".

Rapidamente percebi que tinha encontrado alguém com quem era possível ter algo muito bom e intenso, visto que o que sentia era tão bom, tão preenchente, tão intenso e através de palavras, gestos, atitudes verificava a cada dia que do outro lado o sentimento era reciproco. Para alem do sentimento que nos unia, também havia sintonia na maneira de pensar, de encarar a vida, nos valores básicos e fundamentais.

O que sentíamos foi crescendo, ganhando alicerces, sonhos partilhados, objectivos traçados e passámos a lutar a duas para os concretizar. Embora com um empurrãozinho de quem não fazia a menor ideia que ao tentar magoar-me estava a abrir-me o caminho para que esses sonhos e objectivos se precipitassem, hoje vivo feliz, partilho tudo diariamente com a mulher que Amo e que escolhi para ser A MINHA MULHER. Hoje partilho-me totalmente pois só vivendo dia-a-dia é possível dar-nos a conhecer por inteiro.

Obviamente não espero que seja tudo um mar de rosas, mas tenho plena certeza que ambas estamos empenhadas em que dê certo e com honestidade, diálogo perseverança, mas principalmente com o grande amor que existe entre nós, não tenho a menor sombra de duvida que vamos viver felizes e em União de almas e Corações.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009




nada me impedirá de lutar pelo que sinto, pelo que acho correcto, pelo meu bem mais precioso. Nem o medo, nem a incerteza, nem o desconhecido. Nada me fará desistir, lutarei com todas as armas, deitarei para trás das costas o desespero que me atormenta pontualmente, se preciso for enfrentarei as trevas, os espinhos, as pedras pontiagudas onde caminho descalça, moverei céus e Terra mas nesta batalha só deporei as armas quando o meu coração parar de bater.
Sei que tenho bravos guerreiros do meu lado, que lutam a par, com a mesma convicção e perseverança, alguns agora mais perto, outros agora mais distantes mas sei que todos são meus irmãos de armas e de coração para toda a vida.
Fiz pinturas de guerra, fui obrigada a encetar uma batalha pela qual dou a minha vida se necessário for.
Vou lutar na certeza de vencer, mas para isso não posso descurar detalhes, por mais ínfimos que possam parecer, tenho que prever o próximo passo para estar preparada para dar a devida resposta.