sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Se eu não te amasse tanto assim



Hoje acordei com esta musica na cabeça e realmente diz tudo.
Se eu não te amasse tanto assim já tinha perdido o encanto de sonhar, o amor que sinto por ti faz com que não me esqueça que por mais tenebrosos que sejam os caminhos que percorro há sempre uma flor que pode ser apreciada, faz com que sinta vontade de continuar a lutar, faz com que me obrigue a não desistir.
É algo inexplicável, é um querer tanto que um sorriso teu afasta todas as sombras que me acompanham, traz raios de sol que rasgam as nuvens negras que carrego por cima da minha cabeça. Um beijo teu inunda-me de energia, faz-me querer. Um colo reconforta-me, apazigua-me a alma.
Contigo a meu lado tenho certezas, sei que vou conseguir, que vamos conseguir, sinto-me invencível.
Se eu não te amasse tanto assim não sei onde estaria hoje mas sei que não estaria feliz ,apesar de tudo...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A distância, as saudades, a falta.
Pela primeira vez na minha vida sinto solidão, falta-me tudo hoje. Falta-me ele, faltas-me tu, faltam-me as vossas vozes, os vossos sorrisos, as vossas gargalhadas, os vossos beijos, os vossos mimos até as vossas carinhas feias me faltam.

Pergunto-me quando chegará o dia em que finalmente poderei respirar em paz, poderei ter a meu lado as pessoas que mais amo neste mundo e começarmos a nova etapa das nossas vidas que tanto ansiamos. Esperar é o que me resta, esperar... Nem sempre é fácil, nunca é fácil...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Hoje ao comentar um post de uma pessoa muito querida dei comigo a fazer uma retrospectiva da minha própria vida.
Desde que me lembro de ser gente que soube que estava na família errada, que não me identificava com maior parte dela e as poucas pessoas com quem me identificava estavam fechadas dentro delas mesmas. Também foi essa a minha maneira de lidar pois sentia-me verdadeiro ET, sentia que falava mas ninguém me percebia e passei a falar apenas comigo. A maneira que arranjei de me proteger foi criar duas pessoas. Uma que apenas eu conhecia, tímida, cheia de medos, insegura e outra divertida, sempre bem disposta, no fundo criei uma personagem à imagem do que esperavam de mim, uma palhaça que quanto mais eufórica estava mais magoada estava por dentro.

Já "adulta" numa altura bem complicada da minha vida, tomei contacto com um programa de auto-conhecimento onde retirei ensinamentos fundamentais para levar a cabo o objectivo que tracei para a minha vida. Melhorar-me, aproximar-me cada vez mais da pessoa que queria ser mas que não conseguia por não me conhecer realmente, sim porque a maneira que arranjei de lidar com os meus medos e com os meus defeitos foi fingir que não existiam.
Fiz uma viagem interior profunda e meticulosa, olhei para mim como se de outra pessoa se tratasse, cada vez que encontrava zonas escondidas onde encerrava características que me recusava a ver, tratava de as trazer para o meu consciente e num exercício de contrariar a maneira de agir rotineira fui alterando aos poucos a minha maneira de ser. Passei a recorrer a esse exercício com alguma frequência e fui-me conhecendo e "moldando".

Interrompi alternadamente os temas em que me empenhava para continuar esse crescimento, tempo acho que necessário para digerir o que tinha aprendido, tentando trazer para o meu quotidiano as novas maneiras de entender o que me rodeava, racional e sentimentalmente.

O tema a que sempre me recusei dedicar foi em relação à maneira como eu amava, talvez por que no fundo soubesse a resposta, talvez por ser algo que sempre soube e me recusei a aceitar, não sei. Sei sim que, mais uma vez a vida me obrigou a parar e a solidão fez-me ver que nunca me tinha sentido realizada a esse nível. Parei, pensei, sofri, quase desisti, mas finalmente encontrei a paz comigo mesma nunca antes sentida. Finalmente assumi para mim mesma o que sinto e como sinto.

Toda essa caminhada dentro de mim deu-me segurança para finalmente me partilhar, sair de dentro da minha cabeça e mostrar-me. Presencialmente apenas o faço com poucos e grandes amigos, a net foi a ferramenta que utilizei para o fazer e bem dita a hora em que o fiz .Graças a essa saída do casulo encontrei pessoas espectaculares, pessoas que me ajudam diariamente nessa minha caminhada mas sobretudo encontrei a pessoa que faz de mim uma mulher realizada sentimentalmente.

Há um ano atrás a minha vida deu um trambolhão tal que pela primeira vez me senti totalmente arrasada, completamente vencida, cheguei ao ponto de dar por mim a desistir de tudo, a achar que não tinha forças para aguentar todo o sofrimento por que estava a passar, essas pessoas a quem me dei a conhecer foram as minhas fundações, os meus alicerces que não me deixaram cair por terra e diariamente me mostraram o meu valor. Em especial a minha mulher que por várias vezes apanhou os meus cacos e os colou quando eu estava em destroços, lutou e luta a meu lado para que saia dessa guerra vitoriosa. É a pessoa que melhor me conhece, conhece-me como eu me conheço e se por um lado foi um ano terrível, por outro fez-me cimentar quem eu sou e trouxe-me revelações em relação a mim e a quem me rodeia.

Mais uma vez chego à conclusão que nada acontece por acaso e as alturas piores da minha vida serviram para mudar o meu rumo pois de outra maneira não teria a coragem necessária para o fazer.

domingo, 14 de novembro de 2010

Aqui estou eu, num dia cinzento, num local apinhado de gente, em frente ao mar. É incrível o poder que o mar tem em mim, olhar para ele faz com que toda barafunda que me rodeia se eclipse, as conversas cessam, as crianças que correm pela sala em gritos infernais desaparecem, a musica silencia-se, sou apenas eu e o mar.

Ao olhar para esta imensidão de agua infindável volta um pensamento que tem sido recorrente nos últimos tempos: onde andam as pessoas que já foram os meus poetas, que já inundaram os meus dias de belos pensamentos, que em alguma altura contribuíram para que me encontrasse?
Poetas que em algum momento da minha vida foram os meus alicerces e que presentemente não me dizem nada, não passam de recordações que guardo com carinho mas ciente de que hoje são meros estranhos. Não consigo definir um ponto, o momento exacto em que a poesia que me transmitiam se banalizou e se fundiu com o murmúrio constante da multidão, apenas foi acontecendo até chegar a esse ponto.
Chego à conclusão que duas pessoas para se manterem juntas têm que crescer juntas, não obrigatoriamente na mesma direcção, aliás se as direcções forem distintas, desde que não antagónicas, fomenta a diferença de ideias que estimula o crescimento mas a estagnação, essa sim, mata a magia da partilha entre duas almas.
Outras pessoas apareceram entretanto, umas ficaram outras nem por isso, algumas espero que fiquem para sempre contrariando a máxima de que nada é eterno, o que não quero para mim é o acomodamento, a estagnação, a dissipação desta magia que me estimula e me preenche.

Para ti, meu confessor...

Este post é dedicado a ti, meu blog rsss, estes dois meses sem ti foram atrozes, és o meu confessor, aqui sou eu sem medos nem reservas e durante estes dois meses muitas vezes cheguei a casa com vontade de vir aqui, umas vezes despejar o saco, outras vezes contar novidades, outras ainda pensar, reflectir, tirar conclusões. Fizeste-me falta pois contigo eu falo comigo.

E como não poderia deixar de ser pois vocês, meus leitores, são parte integrante deste meu cantinho, também tive saudades vossas, os vossos comentários ajudam-me a encontrar caminhos dentro dos caminhos. Beijos para todos e a partir de 3ª feira estou de volta :D

domingo, 19 de setembro de 2010

Já aqui disse várias vezes que acredito que as situações se deparam na minha vida para que eu tire ensinamentos, basta-me estar atenta. Também acredito que a vida é composta de ciclos e quando está prestes a fechar-se um ciclo é necessário ser posta à prova, para ver se retirei os ensinamentos necessários e se estou preparada para uma nova etapa, há que chame a esse período alturas de azar, eu não creio no azar ou na sorte, creio que andamos cá para crescermos todos os dias e só as dificuldades nos fazem tomar consciência das nossas fragilidades e nos dão oportunidade de nos fortalecermos.

Hoje percebo que este ultimo ano foi isso mesmo, foi um por à prova do que sinto, da força que tenho, da minha determinação e do meu carácter. Levou-me aos limites da insegurança, da duvida, das minhas forças, do sofrimento, do desespero. Houve alturas em que a única luz ao fundo do túnel era tão fraca que não a enxergava, a única certeza que sempre tive e que me impediu de desistir foi em relação ao amor que sinto pelos que me são queridos. O amor que tenho pelo meu filho, pela minha mulher e pelos meus grandes amigos.
Hoje não tenho a menor duvida que esse amor é reciproco e que sou uma mulher de sorte: tenho um filho maravilhoso que merece crescer numa família equilibrada, que o estimule, que lhe dê todas as ferramentas para continuar a sua caminhada; tenho uma mulher que merece tudo, que foi o meu porto de abrigo nos dias de tempestade, que foi o meu norte quando me sentia completamente perdida, que lutou a meu lado para ultrapassar os obstáculos que apenas a mim eram destinados, que me levantou do chão e me carregou no colo quando sentia as minhas forças a esgotarem-se, que me ensinou o que era amar alguém independentemente de...; tenho amigos que são irmãos, que nunca me abandonaram e que acreditaram nas minhas potencialidades mesmo quando eu já não acreditava nelas.
hoje sinto que estou a chegar ao fim do túnel, caminho com passos largos, confiantes e decididos, trago na mochila certezas e esperanças, saio fortalecida para a nova etapa que se está a iniciar.

Por muitas voltas que a minha vida dê, vocês são e serão para sempre donos do meu coração.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Recuso-me a ser grande precisamente porque quero Crescer

Ás vezes dou por mim a questionar-me: quem inventou a fase adulta? Quem determinou que ao ser-se adulto estão inevitavelmente terminados o crescimento, a aprendizagem, a formação de carácter? E porque é que as pessoas acreditam nisso e seguem essa máxima como carneiros?

Se não, vejamos, quantas pessoas (adultas) conhecemos que pensam? Que pensam realmente! Que analisam as situações, que perdem tempo a questionar as suas acções e as reacções que provocam nos outros? Quantas olham para alguém e não tecem logo inúmeros juízos sem tentarem colocar-se na pele dessa pessoa? É mais fácil descontextualizar as acções e julgar cruelmente, é mais fácil olhar para os outros do que para nós próprios, é muito mais fácil viver a vida dos outros do que a nossa.

E quantas outras tomam atitudes por impulso, por rotina, e mesmo quando são confrontadas e se apercebem que não estão correctas continuam a insistir nelas, só para não se analisarem, provavelmente com medo de verem muitas mais coisas feias, que não gostam.
Quantas vezes ouvimos a frase "eu sou assim e não mudo"?

E quantas pessoas conhecemos que não são reféns da opinião da família, dos vizinhos, dos colegas, dos conhecidos e até dos desconhecidos? Que não vivem dependentes da aceitação alheia?

Eu não aceito para mim esse encerramento, esse fechar dentro de uma caixa e me recusar sair dela, essa aceitação e resignação com o dia-a-dia criando rotinas e ruídos à minha volta para não pensar.

Por isso me recuso a ser "adulta":

Procuro todos os dias reconciliar-me com os meus defeitos, modifica-los, aproximar-me da pessoa que quero ser quando for grande.

Tenho aprendido nos últimos tempos a deixar de ser tão comportadinha, a deixar de fazer o que esperam de mim e fazer sim o que me apetece, no fundo a estar mais próxima de mim mesma.

Aos poucos quero deixar de me sentir tão responsável pelo que se passa à minha volta, aceitar que não tenho o controlo sobre as emoções alheias, nem tão pouco sobre as suas escolhas, sobre o que não corre bem e também sobre o que corre. Quero sentir-me insignificante.

E nessa insignificância quero ter devaneios, Quero desejar sem medos nem vergonhas, quero ter muitas "primeiras vezes", quero ter sensações inéditas só alcançáveis quando se faz uma coisa pela primeira vez, não aceito que a maturidade exige um certo conformismo, quero ter novas sensações até ao fim dos meus dias e com elas aprender sempre. E crescer! Crescer até morrer!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Hoje simplesmente apeteceu-me imortalizar o que estou a sentir

Adoro-te pelo que és
Adoro-te pelo que me tornas
Adoro-te pelo que sinto
Adoro-te pelo que me fazes sentir

Este SENTIMENTO sereno, em paz, seguro, finalmente sem realizações, afaga-me, preenche-me, completa-me, faz-me feliz.

Ensinaste-me a sentir que é possível ser livre e ao mesmo tempo estar presa. Estou incondicionalmente presa a a ti, e sou totalmente livre de o estar, esta maravilha é talvez o tão anunciado AMOR.

Hoje sinto que te AMO.
Amo-te sem a loucura da paixão, sem a irracionalidade do simples desejo, Amo-te sem saber porquê, simplesmente te AMO.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Hoje tive uma recaída...
e que recaída... Tenho-me esforçado por colocar os ensinamentos da minha amiga em prática, passo maior parte das horas dos meus dias com a cabeça ocupada com tudo e mais alguma coisa , a angustia está lá, bem no fundo, presente mas sossegada.
Hoje o raio de uma picada bem profunda assustou-me, quando se repetiu voltou tudo ao de cima, inclusive algo que nunca tinha sentido, ataque de pânico... Numa noite quente como a de hoje senti suores frios, um aperto no peito, dificuldade em respirar e impossibilidade de pensar em algo mais do que aquilo.
Nunca mais chega o raio do dia... A incerteza é pior do que enfrenter a realidade...

domingo, 25 de julho de 2010

Felizmente a angústia não dura sempre. Fui cultivando laços com pessoas que me trazem à terra e me ajudam a encontrar caminhos, as tais a que chamo família.
Recorri a uma dessas pessoas, alguém que, por já ter passado pelo mesmo, compreende o turbilhão em que a minha cabeça anda.
Primeiro que tudo livrei-me do sentimento de culpa que carregava por me encontrar neste estado. No fundo sentia-me mal por não conseguir reagir, martirizava-me por me sentir em pânico e esse pânico me paralizar. Sabia que tinha que dar a volta mas ao olhar para a minha actual situação como um todo, não vislumbrava qualquer tipo de saida. Não via luz no fundo do tunél, apenas via um nevoeiro cerrado.
Depois de falar, chorar, quase gritar o que me ia na alma, ensinou-me pequenos "truques" a que posso recorrer para não me sentir tão embrenhada nesta nevoeiro.

Primeiro: Olhar para cada problema como se fosse o único, ver a importância que ele tem, quais as ferramentas que disponho para o solucionar e atribuir-lhe um timing.

Segundo: Priorizar as coisas, fazer uma lista como se fosse às compras e o dinheiro fosse pouco.
No topo da lista o fundamental, aquilo sem o qual não posso viver ou que influencia todos os outros e por ai em diante.

Terceiro: Planear o meu dia como se se tratasse de um plano de trabalho e segui-lo à risca, ter como disciplina fazer no mínimo 3 coisas a que me proponho todas as manhãs, não interessa a importância dessas coisas, pode passar apenas por colocar o lixo na rua ou obrigar-me a sair.

Quarto: Manter-me ocupada, quando a angústia vem, ocupar a mente, se estou em casa, ocupa-la com televisão, musica, leitura, jogos, se estou na rua contar árvores ou passos é um bom exercício. No fundo é fazer o que quer seja que me exija a atenção suficiente para que o meu pensamento não me deite abaixo.

Quinto: Se durante umas horas ou mesmo um dia não me apetecer fazer nada, tiver vontade de me fechar num canto às escuras e deitar cá para fora tudo o que me atormenta, permitir-me esse tempo sem sentimentos de culpa e sem a sensação que estou a falhar ou a decepcionar alguém.

Sexto: Canalizar toda a raiva que advém de sentir que não mereço pelo que estou a passar, a raiva que sinto por quem me tenta afundar e me cria ainda mais problemas do que os que já tenho e transforma-la em força para combater a vontade que tenho em ficar quieta no meu canto. No fundo é encher-me de orgulho e dizer para mim mesma: "Não vão conseguir derrotar-me".

Sétimo e ultimo: Recorrer a todas as pessoas que me são importantes. Não sentir que as estou a maçar e sim dar-lhes a oportunidade de me ajudarem nesta luta que estou a travar, pois muitas vezes os amigos não sabem como nos ajudar e ao recorrer a eles mostro-lhes como o podem fazer.

Neste momento acabei de planear o meu dia de amanhã, vou passar o dia a "comprar pão", "comprar pão" apenas depende de mim, é sinonimo de algo que é a minha prioridade máxima e sem a qual todos os outros problemas não poderão ser solucionados.

Angústia

Do que nos serve a ironia
...De usar a máscara da felicidade
Se é uma Angústia doentia
O que sentimos na verdade.

É essa angústia doentia a que sinto neste momento, tento usar mascaras de felicidade e de boa disposição quando estou ao pé dos que amo para não os preocupar mais, pois também eles, nada podem fazer. Mas quando me encontro na solidão de quatro paredes, o medo aliado à minha impotência dominam-me totalmente e levam-me ao desespero...

Dizem-me que tenho que pensar positivo, que tenho que encontrar forças dentro de mim para afastar as futuras possíveis realidades que me atormentam, mas não sei como o fazer, sinto o meu corpo exausto de remar contra a maré e os meus punhos dilacerados de tantos murros dar em pontas de faca. Estou coberta de chagas que sangram todos os dias...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Nos últimos tempos tenho sido atingida por:
Inúmeras rajadas de vento
[Desilusões]
Chuvas fortes
[Lágrimas]
e Granizo
[Medos]
No final da tempestade acredito, continuar viva e forte para, continuar os meus caminhos.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

É assim que te quero, amor


É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita de luz e pão e sombra,
eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.


Pablo Neruda

(retirado do facebook)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Porra!!!
Até para alguém optimista por defeito como eu é difícil gerir tantos buracos no caminho, tantas pedras pontiagudas.

De há um tempo a esta parte, cada vez que resolvo um problema aparecem-me mais uns quantos, anseio por um período de bonança, por curto que seja. Sinto-me a viver no meio de uma tempestade, sinto necessidade de ter paz para usufruir do que de bom alcancei nos últimos tempos, mas todos os dias levo lambadas.
Sinto que cada vez que me levanto uns milímetros do chão, vem uma foice e ceifa-me abrindo ainda mais o buraco e enterrando-me mais fundo.
Mas eu não desisto, não vou baixar os braços, mais uma vez vou lutar, focar-me nos objectivos arregaçar as mangas e persegui-los teimosamente até os alcançar.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Hoje constatei um facto:
O viver toda a vida aprisionada faz-me erguer grades à minha volta quando finalmente me deparei com a liberdade.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

ÀS VEZES, A FELICIDADE É UMA BENÇÃO, MAS GERALMENTE É UMA CONQUISTA. Paulo Coelho

Não podia estar mais certa esta frase, alguns momentos de felicidade aparecem nas nossas vidas espontaneamente mas a maior parte dos momentos felizes são conquistados pela maneira de encarar as situações.
Considero que há pelo menos duas maneiras de gerir as situações menos boas que se deparam na minha vida: Como um problema ou como um desafio. Durante anos considerei como problemas, enchi-me de auto-piedade fechava-me em casa num canto, dificilmente encontrava uma solução satisfatória e e mesmo quando a encontrei associei essa etapa como algo de negativo na minha vida pois foi uma altura extremamente sofrida e dolorosa. Até que um dia resolvi agir de maneira diferente, inicialmente encarei como uma experiência, se de uma maneira não resultava decidi tentar outra. Em vez de me fechar comigo mesma, chorar, sofrer e não resolver optei por arregaçar as mangas e ir à luta, no final quando tudo passou experimentei a verdadeira felicidade, aquela que se sente quando depende exclusivamente de nós, o orgulho e o amor próprio que vivenciamos por ver recompensado o nosso esforço.
Não quero com isto dizer que encontrei a formula mágica da felicidade, também travei batalhas em que sai derrotada, mas mais uma vez tem a ver com a forma de encarar as coisas, essas batalhas são para mim passos atrás que me ensinam a caminhar para a frente com mais vigor, são lições que aprendo.

Hoje, reflectindo sobre este assunto verifico que no fundo, quando me deparo com uma situação menos boa misturo as duas maneiras de a encarar. Inicialmente enclausuro-me dentro de mim mesma, desespero em busca de soluções, considero todas as hipóteses, pondero todas as minhas reacções e depois arregaço as mangas e vou à luta. Como boa teimosa que sou, não desisto dos meus objectivos, persigo-os até à exaustão, mesmo saindo derrotada, saio com a certeza que fiz tudo o que estava ao meu alcance pois só assim não considero como uma derrota pessoal e sim como uma lição a aprender, no fundo é um afinar de armas para a próxima batalha.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

"Apaixonamo-nos sem saber porquê porque a paixão quando chega não pergunta se queremos gostar desta ou daquela pessoa. Quando aceitamos ser conduzidos pelo coração só nos resta chegar até ao céu ou até ao abismo. Tudo depende dos outros pois nós uma vez entregues ao amor somos irremediavelmente seus prisioneiros."

Li este texto e apeteceu-me reflectir sobre ele.
Realmente não encontro uma definição para as pessoas por quem me apaixono, não consigo racionalizar as minhas paixões, algumas tenho a certeza que são totalmente impossíveis por serem por pessoas incompatíveis com os meus valores e trato rapidamente de me afastar e não me deixar envolver.
quando me apaixono por alguém com quem me identifico, com quem gosto de estar, que me fascina, ai deixo o meu coração comandar, solto-o das amarras que lhe imponho, entrego-me a essa paixão, atiro-me de cabeça e dou o melhor de mim a essa pessoa. Logicamente que embora sonhe como o céu tenho medo do abismo, principalmente porque já lá estive algumas vezes, mas nem esse medo me impede de recomeçar tudo de novo.
Talvez porque não me limito a trancar dentro de mim mesma os amores que me magoaram, que me maltrataram, que me arrastaram para as profundezas da dor e do desespero, obrigo-me a analisar as situações, percebo o que fez com que a beleza do meu sentimento me tivesse levado a uma situação tão penosa, concluo que não era a pessoa certa, umas por desistirem à primeira contrariedade, outras por se mostrarem quem não são, outras ainda por não terem, ou não quererem ter, a capacidade de se dar, e ai sigo em frente e fico novamente a aguardar que a vida me surpreenda.
Não trago ás costas situações mal resolvidas, liberto-me delas e quando me volto a apaixonar estou livre, sou livre, não avalio as pessoas baseada em outras, disponho-me a conhece-las de coração aberto e alma lavada, entrego-me da mesma maneira que me entreguei da primeira vez, só assim posso ter a certeza que não me vou arrepender se as coisas não derem certo. Coloco o meu coração nas mãos da outra pessoa e rezo para ter encontrado alguém que valorize o meu amor. No fundo rezo para encontrar quem se entregue de igual modo e um dia poder sentir a plenitude de viver um amor que cresce todos os dias.

sábado, 12 de junho de 2010

"Os sentimentos devem estar sempre em liberdade. Não se deve julgar o amor futuro pelo sofrimento passado." (Paulo Coelho)

Eu substituo a palavra "futuro" pela "presente"
Estou a esforçar-me para deixar para trás de uma vez por todas o que vivi e me fez mal, as atitudes de outra pessoa que me magoaram, que transporto comigo bem escondidas mas que me condicionam e não me deixam ver a vida com os meus olhos, nem manter os meus sentimentos livres.
Vivo escudada, alerta, um pequeno sinal, uma atitude que não compreendo desencadeia logo um processo de auto-defesa e de elaboração de filmes mentais. Dou um salto para o passado e imagino desfechos idênticos, transporto para a pessoa com quem estou hoje as atitudes de quem deixei para trás. Certa vez escrevi algo parecido com isto:

"O facto de me ter mostrado quem não era, de me ter apresentado quem sabia que eu procurava e não passar de uma farsa, fez com que perdesse por completo a confiança futura em quem quer que se cruze no meu caminho, inclusive se me cruzar com quem procuro pois, já a vi, já a tive, mas não passou de uma grande mentira..."

Foi algo de que me esqueci. O facto de ter encontrado finalmente uma pessoa real, genuína e autentica fez-me deixar estes medos lá atrás, no momento exacto em que me apercebi deles e os escrevi.
Hoje percebo que estes medos estão bem escondidos, lá bem no fundo da minha mente mas que me continuam a acompanhar. Condicionam a minha visão do hoje, distorcem a minha realidade e provocam-me reacções irracionais.
Não me deixam questionar com medo de obter as mesmas respostas, não me deixam analisar racionalmente as acções da outra parte, apagam da minha memória aquilo que deveria ver e dar valor e enaltecem pequenos episódios que descontextualizados me deixam em pânico.

Agora que finalmente detenho esta informação, agora que finalmente consigo ver o puzzle completo e não me centro apenas em peças soltas , verifico que os meus medos são totalmente infundados, sem a mínima razão de ser.
Tenho a meu lado uma mulher que me ama realmente pelo que sou, que se mostra sem mascaras nem subterfúgios, que não se condiciona para me agradar, com a qual não tenho que ter receio que o passado volte e me magoe e maltrate.
Finalmente reúno as condições para matar de vez esse passado e encarar o presente e o futuro com o meu optimismo característico.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Caminhos, afinidades e intuição

Há uns tempos escrevi este texto para mim, foi algo que me ajudou a analisar e a superar uma altura menos boa da minha vida, hoje em conversa com uma amiga achei que ela precisaria lê-lo, assim sendo, aqui fica para ti que sabes quem és, espero que te faça sentido e te ajude nesse caminho que és obrigada a percorrer.

Não sei se é o destino, o fado, o acaso ou outra coisa qualquer e nem me importa por aí além saber de onde vem ou o que justifica. Estamos sempre à procura de razões, nem sei bem para o quê... Para nos dar paz de espírito? Aliviar a consciência? Validar opções seguintes?

O que sei, hoje melhor do que ontem, é que os caminhos cruzados de vidas e as disponibilidades e entregas das pessoas são ensinamentos sempre que a verdade, o coração e a simplicidade dos gestos estão presentes.
Pessoas que nos ajudam a pensar, pessoas que nos fazem questionar, pessoas que nos ajudam a ver que por seguirmos sempre um determinado caminho tal não significa que tenhamos de o prosseguir. A cada dia que passa num percurso que sabemos no íntimo, sem disfarce, ser uma mentira, é energia desperdiçada, tempo mal empregue porque inútil para nós mesmos e para o outro. Apenas nos priva de oportunidades ao lado, mais à frente... onde for. Simplesmente não vale a pena insistir quando a nossa intuição nos diz: não é por aí.
Por mais que nos possa doer, por mais que gostássemos que fosse ao contrário. Insistir numa realidade que não é a nossa, num timing que não é o certo, é apenas adiar o que mais cedo ou mais tarde terá mesmo de acontecer. E a vida é curta e maravilhosa demais para a percorrermos pela metade.

Afinidade, Realidade e Comunicação: é por aqui!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Finalmente consegui dizer tudo o que sentia, abri completamente o meu coração, a minha cabeça, a minha alma, apresentei os meus medos, as minhas duvidas, as minhas ansiedades, conversamos, expusemos pontos de vista e chegámos a conclusões.
Ao fim ao cabo foi tudo tão rápido, tão precipitado que ainda nos estamos a conhecer.
Cheguei à conclusão que o que originou tudo isto foi o facto de vermos o mundo à nossa imagem, nem sempre as nossas acções são entendidas pela outra parte, nem sempre uma mensagem enviada por gestos chega intacta ao destinatário, foi bom conversar, foi bom entender, foi bom fazer-me entender, os meus fantasmas dissiparam-se como num golpe de magia.
Raio de feitio o meu que teima em ver perigos em cada esquina, que me transmite insegurança quando não entendo os gestos, que me coloca num período de introspecção e me fecha dentro de mim mesma, que me faz sofrer em silencio em vez de me encorajar a demonstrar o que sinto.
Por muito que eu não queira admitir, chego à conclusão que reajo baseada no que vivi com outras pessoas, as inseguranças que sinto são provocadas por atitudes que não são de todo da pessoa com quem estou presentemente.
Deixo aqui registado que me vou obrigar a falar no momento, não vou acumular magoas, não vou fingir que não existem até tomarem proporções tais que não aguento mais suporta-las.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Hoje senti necessidade de meditar sobre as diversas relações e como eu as entendo, as giro e as aceito.

Cada pessoa é um mundo, cada um vive dentro de si e não se partilha na sua totalidade, aprendi com a vida a analisar as pessoas, a estar atenta às suas acções e reacções, a percebe-las, a entende-las ou simplesmente aceita-las, ajo assim com os amigos, com os conhecidos mas então porque é tão difícil aplicar esses ensinamentos numa relação amorosa?

Porque aceito que um amigo esteja de mau humor e me dê uma resposta inesperada, porque respeito que alguém que estimo me diga "hoje não me apetece" ou "hoje quero estar só" mas quando as mesmas respostas transitam para o campo afectivo me causam um sentimento de insegurança e quase como de ataque?

Provavelmente porque sempre assim foi, sempre vivi "em família" desenquadrada, sempre me senti atacada e com uma enorme necessidade de jogar à defesa, de me proteger, sempre me fechei no meu casulo e geri esses sentimentos de perca e quase de maus tratos emocionais sozinha, hoje faço um bicho de sete cabeças, realizo filmes e reajo a eles.

Sinto extrema necessidade de me sentir segura, a minha vida já deu voltas e mais voltas, preciso de estabilidade mas vejo perigos em tudo e em nada. Tenho mesmo que resolver os meus problemas de insegurança de uma vez por todas.

Se racionalmente eu tenho certezas porque é que elas desaparecem quando as tento gerir emocionalmente? Porque é que em momentos de crise interior nada é tido como certo, coloco tudo em duvida? Fragilizo-me , fico tal porco-espinho pronta a receber tudo como ataque e sofro calada pois no fundo sei que deverão ser apenas filmes por mim criados.
Até esse sofrimento em silencio é uma infantilidade da minha parte pois se falar, se confrontar, automaticamente os meus medos se dissipam, então porque teimo em me calar, em me fechar e em me magoar?
Faço e refaço planos de como dizer o que me vai na alma, escolho as palavras para não ser demasiado bruta e mostrar o meu ponto de vista, mas na altura abro a boca e não consigo emitir o mais pequeno som, sinto um nó na garganta, um aperto no peito , os olhos cheios de lágrimas e remeto-me ao silencio.

Tenho mesmo um problema de insegurança, preciso descobrir a sua origem, preciso fazer uma viagem interior ao passado e perceber onde tudo começou, aceita-lo é o primeiro passo, agora é não jogar às escondidas com a minha insegurança e encara-la de frente.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Se's

Se a vida fosse contínua e caminhasse em linha recta, garantidamente não poderia saber o gosto das encruzilhadas e o peso das decisões.

Se o meu coração não tivesse batido por ti, ainda hoje acharia que a porta do meu peito estaria trancada a sete chaves mantendo-me prisioneira do vazio das horas e dos dias.

Se conseguisse anular o desejo com que os meus olhos vendados percorrem a suavidade da tua pele, talvez hoje pudesse aceitar serenamente a falta do mesmo.

E se o teu "achamento" não tivesse sido fruto de um feliz acaso, fasquia alta de um brutal golpe de magia, talvez ainda hoje não conhecesse uma tão real definição para a palavra Amor.

domingo, 25 de abril de 2010

Uma semana passada finalmente estou em mim e acredito que foi e vai ser real. A pior fase já passou, a angustia da duvida, da incerteza, do quando será...
O reencontro foi mágico, maravilhoso, indescritível.
Ter-te finalmente nos meus braços, no meu regaço, voltar a olhar-te, voltarmos a rir juntos, a chorar juntos, partilharmos momentos que vão ficar gravados na nossa memória e nos nossos corações para todo o sempre.
Agora nada mais se poderá intrometer entre nós, o que nos une é tão grande e tão verdadeiro que nada nem ninguém consegue destruir. Tive essa prova no momento em que 5 meses de mentiras se dissiparam, olhaste dentro dos meus olhos e tiveste a certeza de que não te minto nem te engano por muito dura que seja a verdade.
Não te quero fazer promessas que não dependem de mim, apenas te garanto que lutarei com tudo o que tenho para voltares de vez para junto de mim. Anseio pelo momento em que não terei que voltar a ver os teus olhos cerrados de lágrimas quando me despeço de ti para voltar para casa, para a nossa casa.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Finalmente chgou o dia.
Faz hoje precisamente 5 meses que anseio pelo momento em que te volto a ter nos meus braços, em que te posso beijar e abraçar, em que posso sentir o teu coração, ver o teu sorriso, ver os teus olhos brilharem.
Faltam apenas umas horas, 5 horas e dois minutos para ser mais preciza, a ansiedade é muita, faço filmes possiveis na minha cabeça imaginando o nosso reencontro. Está quase meu amor, vamos ter dois dias para estarmos juntinhos.

domingo, 21 de março de 2010



Família, o que é a família?
Durante anos acreditei que seriam as pessoas com quem podia contar incondicionalmente, acreditei ser o meu porto seguro, aceitei-a com os defeitos inerentes a cada ser humano, não julguei, não critiquei, amei-a simplesmente e dediquei-me a essas pessoas crendo que fazia parte de algo bonito.

Sempre pensei que a Família era um direito que todos temos , hoje percebo que não o é, entendo ser um privilégio que tem que ser merecido, e a minha família de sangue não o merece, exceptuando a única pessoa que faz parte de mim e pela qual era capaz de tudo sem hesitar.

Felizmente, cedo percebi que embora importante a minha família não me bastava, procurei fora dela pessoas que me entendiam, com as quais poderia ser eu mesma sem necessidade de medir as palavras, sem medos de julgamentos, pessoas que me fazem pensar, com quem me identifico e com as quais cresço todos os dias.

Hoje essas pessoas são a minha família, uma família que escolhi , onde encontro o tal porto seguro e tenho o privilégio de me dar realmente a quem merece a minha entrega. Hoje tenho uma MULHER com a qual partilho a minha vida , IRMÃOS com os quais posso dividir tudo, TIOS que me ouvem , preocupam-se e me aconselham, PRIMOS com quem brinco sem maldade e tenho aqueles familiares distantes que embora não falemos com frequência sabemos que podemos contar uns com os outros sempre.
Hoje sinto-me realmente privilegiada por ter uma VERDADEIRA FAMÍLIA com a qual posso partilhar o meu FILHO e sei que o seu bem estar é defendido por todos eles de uma maneira única e linda .

terça-feira, 9 de março de 2010

Gosto de Ti

Gosto do teu andar despreocupado, dos teus lábios certinhos com um gosto único, da profundidade dos teus olhos cor de mar, do teu cabelo que parecem fios de seda a deslizarem entre os meus dedos, do teu nariz de ponta fria, das tuas orelhas sensíveis, do teu grandioso metro e meio.

Gosto do teu jeito desembaraçado, da tua maneira de encarares a vida e as coisas comuns, da tua cabeça arejada, dos teus silêncios que me dão espaço para me ouvir, de me calar para te escutar, do teu sorriso aberto, do teu olhar mais secreto, das tuas piadas, das nossas cumplicidades, das brincadeiras, das conversas sérias, das gargalhadas.

Gosto das tuas mãos entre as minhas, da tua cabeça no meu peito a contar as batidas do meu coração, de te cheirar, de te sentir, de nos adivinharmos, de me deitar a teu lado e no dia seguinte acordar e ver que o sol continua a brilhar.

Gosto de te sentir colada a mim, do toque único da tua pele, de quando ela arde, de me sentir arder, de contigo ir ao céu dentro de quatro paredes, de sonhar, de sonharmos.

Gosto de sentir que estás sempre perto e sempre estarás, que vives dentro de mim, que me permites viver dentro de ti, que compras as minhas lutas, vibras com as minhas vitórias, amenizas as minhas derrotas, que te partilhas, que me partilhas.

Gosto de saber que mesmo longe estás perto, que rapidamente estarás aqui, por isso espero serena e feliz, e nos sentimentos que transformo em palavras vejo a cor, sinto o sabor e o aconchego deste AMOR, entrego-me e sinto crescerem-me asas, sinto-me flutuar, sinto-me a voar.
Gosto-te como um todo, fazes-me sentir única e especial!

Finges ser espinhosa, mas no fundo, e nem sequer é bem lá no fundo, és simplesmente deslumbrante.

domingo, 7 de março de 2010

Manter o foco


Confesso que durante muitos anos da minha vida vivi prisioneira de mim mesma. Embora mostrasse ao mundo uma pessoa forte, desinibida e bastante social, no fundo era precisamente o oposto, sentia a necessidade de mostrar o que não era pois não sabia lidar com as minhas fragilidades, umas alturas mostrava a pessoa que gostaria de ser, outras o que achava que esperavam de mim.
Cometi muitos erros, vivi enormes enganos e no fim a única pessoa que enganei foi a mim…
Numa altura em que me vi sem chão, em que não sabia quem era realmente percebi que a minha vida era só minha, só a mim cabia vive-la e que os caminhos que escolhesse me iriam levar a algo de bom ou mau consoante aquilo em que me baseava.
A partir dessa data dediquei-me a procurar-me, a conhecer-me, a entender-me, basicamente esforcei-me para perceber porque agia sempre da mesma maneira quando me deparava com situações idênticas sem nunca me questionar se estaria a agir correcto nem tão pouco tentar avaliar a situação e aprender com ela, mais que não fosse aprender que aquela maneira de agir não me era benéfica e a tentar outra da próxima vez.
Passei a fazer viagens dentro de mim, aos poucos fui-me apresentando à minha pessoa, despida de mascaras ou de manipulações, nem sempre o que via ou vejo é bonito aos meus olhos, nem sempre concordo com os argumentos que me habituei a usar para mim mesma para justificar as minhas acções. Quando me deparo com algo de que não gosto, trato de me manter focada, de manter presente no meu consciente e esforço-me para agir de maneira diferente quando me deparo com algo semelhante. É um exercício de tentativa erro, mas com o tempo vou falhando menos e vou-me aproximando mais da pessoa que quero ser.
Há cerca de um ano a trás lidei com a maior de todas as minhas fragilidades, a maneira como me sentia realizada emocionalmente, hoje, um ano passado sinto-me perfeitamente segura em relação a esse medo que tantas vezes me atormentou, sinto-me livre e em paz comigo.
Acho que chegou a hora de lidar com outra grande fragilidade com que tenho vivido.
Insegurança.
O medo de perder o que tenho bloqueia-me e impede-me de agir. Talvez porque as vezes que me esforcei para o fazer perdi sempre. Mas sei que para evoluir, para chegar ao que quero para mim, para me sentir bem comigo e com os outros preciso vencer esse medo.

domingo, 28 de fevereiro de 2010



"A verdade é que o horizonte tem muitas curvas, isto é, longe vai o tempo em que o horizonte era uma linha recta por cima do oceano. Apesar de tudo, acho que hoje tenho uma nova atitude perante estas curvas e contra-curvas, hoje sei que devo utilizar estes desvios para aprender, para alcançar algo que até então nunca tinha almejado. Se assim o fizer tenho a certeza que, apesar de depois da curva existir uma dificuldade, irei superar-me e um dia verei o horizonte como uma linha recta novamente. Até lá a vida andará em curva e contra-curva, pois se o horizonte fosse sempre uma linha recta eu continuava onde estava há muitos anos atrás..."


Finalmente sinto-me como nova. Voltei a ter objectivos e estou cada vez mais determinada em alcança-los. Estou com forças para lutar por eles contra tudo e contra todos, está apenas nas minhas mãos. Tracei caminhos e não me vou desviar deles um milímetro que seja, o meu sucesso está ali diariamente, bem diante dos meus olhos, finalmente vejo maneira de realizar o que anseio para mim e para nós e não vai tardar voltaremos a ser uma família feliz.

Presentemente tenho quase todas as armas de que necessito para poder realizar os nossos sonhos a médio prazo. Tenho a meu lado uma mulher que amo de uma maneira com que nem nunca sonhei, sinto-me amada de igual modo, tenho amigos puros e verdadeiros com que conto independentemente da situação, tenho um emprego que me realiza e me permite sonhar com um futuro promissor. Para a minha felicidade ser total basta voltar a ter o meu filho do meu lado, mas com todas estas armas não será difícil reverter a presente situação e ai poder iniciar uma nova etapa da minha vida com a qual anseio há algum tempo.

Sinto que o sol voltou a brilhar para nós, provavelmente era necessário tudo pelo que temos passado para nos dar certezas. Alcancei a absoluta certeza de que não é uma mera contrariedade que deita por terra o AMOR que sentimos uma pela outra, também não tenho a menor duvida de que podemos contar com os nossos AMIGOS de igual modo com que eles contam connosco, até o afastamento a que fui obrigada provavelmente me deu as forças necessárias para lutar e subir a fasquia dos meus objectivos até ao meu limite máximo.
Tenho todas as ferramentas para alcançar o sucesso...
Obrigada a todos vocês que sabem quem são e que nunca me deixaram cair, acreditando muitas vezes mais do que eu na minha força, nas minhas capacidades e na minha determinação.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Realmente nada como uma boa noite de sono para ver as coisas com outros olhos. Uma luz ao fundo do túnel voltou a brilhar. Tudo estava mal, ao melhorar um aspecto deu-me animo para acreditar que todos os outros também se irão compor.
Voltou o optimismo, embora controlado sinto-o de volta a espreitar timidamente, busquei forças, agarrei na mão que se estendia para me tirar do fosso onde me estava a afundar e ganhei coragem para lutar contra as adversidades presentes. Pela primeira vez senti verdadeiramente o poder que tem o facto de ser amada, a força que esse amor tem e me dá, não me deixou atolar na lama onde chapinhava, transmitiu-me força, injectou-me coragem, deu-me animo quando me sentia a perder tudo isto.

Sinto-me confiante, motivada, apoiada e com armas para chegar a bom porto, agora depende de mim batalhar para lá chegar e eu sei que sou capaz...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Não sei o que tenho, não sei o que sinto, não sei o que faz compulsivamente rolarem lágrimas pelo meu rosto. Refugio-me num banho para deixar de as sentir caírem no meu peito onde queria que estivesse a tua cabeça. Não penso, não quero pensar, queria conseguir esvaziar a minha cabeça mas nem o choro compulsivo me transporta para o vazio. As amarras que parecem envolver o meu peito estão cada vez mais apertadas, uma solidão imensa mesmo quando estou rodeada de pessoas bloqueia todos os meus sorrisos. Busco o silencio, o verdadeiro silencio mas os pensamentos não se calam, sinto-me a cair num abismo e tudo o que me rodeia não é suficiente para retardar essa queda. Não vislumbro soluções atempadas. Desanimo, falta de forças, falta de fé, falta de coragem. Luto para dar a volta mas é uma luta inglória.
Sei que não posso dar-me a este luxo, sei que tenho onde me agarrar para não me deixar afundar, sei que tenho mãos estendidas para me salvarem desta lama onde me encontro, mas inexplicavelmente não as agarro e limito-me a deixar-me ir...
Amanhã é outro dia, espero acordar com forças para me reerguer, ou então prefiro dormir até que essas forças voltem, pelo menos enquanto durmo a minha cabeça está vazia, em silencio...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010



Dá-me um abraço que seja forte
E me conforte a cada canto
Não digas nada que o nada é tanto
E eu não me importo

Dá-me um abraço fica por perto
Neste aperto tão pouco espaço
Não quero mais nada, só o silêncio
Do teu abraço

Já me perdi sem rumo certo
Já me venci pelo cansaço
E estando longe, estive tão perto
Do teu abraço

Dá-me um abraço que me desperte
E me aperte sem me apertar
Que eu já estou perto abre os teus braços
Quando eu chegar

É nesse abraço que eu descanso
Esse espaço que me sossega
E quando possas dá-me outro abraço
Só um não chega

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Hoje ao ler algo percebi que, ao contrário do que achava, há alguns aspectos em mim que necessito (re)ver. O primeiro de todos é a maneira como sinto as coisas, tenho realmente de aprender a sentir como um adulto, não posso esperar que os outros percebam o que não lhes mostro, tenho que deixar de esperar atitudes feitas à minha imagem e pelo facto de não as ter, sofrer como uma criança. Talvez o facto das minhas fundações terem desmoronado, talvez por estar a passar por um período em que todas as minhas certezas foram desacreditadas, sinto-me vazia, com a sensibilidade à flor da pele e com falta da racionalidade necessária para analisar as situações e tentar entende-las.
Tudo me soa a ataque, tudo me atinge, tudo me magoa. A auto-piedade instalou-se e está difícil de me livrar dela...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Hoje simplesmente não quero.
Não quero sentir, nem tão pouco pressentir.
Não quero pensar, não quero reflectir.
As certezas transformam-se em dúvidas
O pequeno chão em enorme confusão
Não sei o que espero, apenas sei o que quero
E se o que quero é demais? É impossível? É utópico?
E se estou condenada a esperar?
Será esse o meu destino?
Será essa a minha lição?
Não esperar? Apenas Desfrutar?
Mas como desfrutar do que não sei se me basta?
Logo eu que sou tudo ou nada...
Mas o nada é doloroso de mais...
E o tudo não sei se alguma vez vou ter...
Mas eu disse que hoje simplsmente não queria...
E só por hoje não vou querer!!!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010



Hoje dediquei algum tempo a pensar nas voltas que a vida dá, nos obstáculos que o destino coloca. Inicialmente estava centrada nos últimos acontecimentos, mas aos poucos fui retrocedendo no tempo e avaliando os contratempos que fui tendo ao longo da minha vida. Verifiquei que todos eles me trouxeram algo, todos me modificaram, aquelas alturas em que me senti como me sinto agora, em baixo, desanimada, sem vontade, marcam mudanças, crescimento, tomadas de decisões.
Verifiquei também que nunca me faltou tudo, durante os períodos de maior provação, sempre tive um porto seguro onde chegar ao fim de um dia de luta, pousar as armas e aninhar-me.
Embora sinta que estou num caminho cheio de pedras pontiagudas e espinhos aguçados, sinto também que não o percorro sozinha, e que posso contar incondicionalmente com quem tem a coragem e a ousadia de me acompanhar neste caminho, ciente dos riscos.
Talvez precisasse percorre-lo para poder de uma vez por todas separar o trigo do joio, encontrar quem se entrega como eu e cimentar relações para a vida.
Talvez precisasse de me magoar, de me ferir de morte para me obrigar a tomar decisões para as quais não teria coragem se dependessem exclusivamente da minha vontade.

Dei por mim a pensar que os obstáculos são oportunidades que a vida nos dá para mudarmos, cabe-nos a nós manda-los para trás das costas fingindo que não existem ou aproveita-los como trampolim para nos superar-mos a nós próprios.
De repente senti-me fortalecida, sinto-me com energia para arregaçar as mangas e ir à luta, a não desanimar com portas que se fecham, interpretar como sendo um caminho errado e em vez de ficar a lamber feridas simplesmente mudar a rota para alcançar os objectivos que tracei para mim.
Encontrei coragem para mudar, não sei como, não sei onde, apenas sei que tenho que alterar o rumo, tenho que estar atenta, abrir os olhos em todas as direcções e crer que a vida se encarregará de me mostrar a janela aberta que até agora não consegui ver.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sentados frente a frente, eu na minha cadeira, tu na tua, olhas-me fixamente, com esse olhar meigo e tão teu... Retribuo-te o olhar e peço-te desculpa. Desculpa por nem sempre te ter sabido compreender como merecias...

Hoje ao ver algo na televisão fez-se finalmente luz na minha cabeça. Uma luta interior em que sentia que devia alguma coisa ao meu pai há 11 anos, hoje percebi o quê, um pedido de desculpa.
Como já o disse algumas vezes, sempre me senti diferente dos restantes membros da minha família, nunca me senti integrada e igual a eles, assim como sempre percebi que o meu pai sentia igual, cada um à sua maneira sabíamos que não pertencíamos ali.
Para mim sempre foi mais fácil ser defendida pela minha mãe, sabia-me bem que me passasse a mão na cabeça em vês de me obrigar a seguir as regras impostas pelo meu pai, hoje entendi que sempre fui manipulada por ela para ter os filhos do lado dela e assim tirar o poder ao meu pai.
Durante mais ou menos um ano depois de o meu pai morrer, o meu principal sentimento foi de revolta, revolta contra os que o criticavam diariamente e que depois de ele morrer fizeram dele um santo, entendi que estavam a lidar com os seus sentimentos de culpa, mas na altura revoltou-me.
Hoje percebi que devo um grande pedido de desculpa ao meu pai por tantas vezes ter aceite as manipulações da minha mãe, e também eu ter ficado contra ele.

Desculpa-me pai, desculpa-me não ter entendido que, à tua maneira, estavas a tentar fazer de mim uma pessoa com valores sólidos e justos, que querias que as minhas acções reflectissem a minha maneira de pensar e que não me permitisse agir da maneira que me dava mais jeito, desculpa-me ter tantas vezes ficado contra ti. Hoje que sou adulta e mãe compreendo-te, compreendo que havendo regras é tão mais fácil crescer, havendo limites não há necessidade da revolta diária que tantas vezes experimentei por me sentir incompreendida. Espero sinceramente que o meu filho opte pela educação com regras e limites em vez da (des)educação em que tudo é permitido desde-que não levante ondas.

Desculpa principalmente por também eu ter feito de ti o mau e da minha mãe a boa, que lutava por mim, quando foi precisamente o contrário, desculpa por na altura não ter entendido e não te ter defendido como devia, pois acho que os dois juntos teríamos arranjado espaço para podermos ser quem somos e não sermos obrigados a se-lo apenas dentro de nós mesmos.

Ao perceber esta minha necessidade do teu perdão, ao conseguir ligar as pontas soltas e ver a minha infância e juventude como um todo e não apenas fragmentos, sinto como que se um peso grande que carregava nos ombros se tivesse finalmente dissipado, dando-me novas ferramentas que tenho que aprender a maneja-las com arte para solidificar a minha relação com o meu filho e torna-la em algo mais proveitoso para os dois.




sábado, 9 de janeiro de 2010

Deixo aqui uma homenagem a todas as Mulheres que amam Mulheres

Adaptado por mim da "Historia do Lesbianismo" by Judy Grahn

Quando vieram ao mundo
as Mulheres que amam Mulheres
vieram três a três
e quatro a quatro
as Mulheres que amam Mulheres
vieram dez a dez e
mais vieram a seguir
até que eram tantas
que era impossível contar

Elas cuidaram umas das outras
da melhor maneira que conheciam
e dos filhos umas das outras
se os tivessem

Ao viverem neste mundo
as Mulheres que amam Mulheres
aprenderam tudo o que lhes foi permitido
e andavam e usavam as suas roupas
da maneira que elas se sentiam bem
sempre que podiam.
Faziam o que queriam
sabiam o que era ser feliz e livre
e trabalharam, e trabalharam, e trabalharam.
As Mulheres que amam Mulheres
em Portugal foram chamadas de fufas
e algumas gostaram
outras nem por isso.

Elas faziam amor umas com as outras
da melhor maneira que sabiam e
pelas melhores razões

Como elas saíram do mundo
as Mulheres que amam Mulheres
saíram uma por uma
tendo resistido
umas mais outras menos
a perseguições e a muito ódio
por parte de outras pessoas
por parte de outras mulheres
elas saíram uma por uma
cada uma tentando à sua maneira
derrubar as regras do homem sobre a mulher,
elas tentaram uma por uma
e cem por cem
até que cada uma à sua maneira
chegou ao fim da sua vida
e morreu.

O tema do lesbianismo
É muito comum, é a questão
Da dominação masculina
que incute em toda a gente
a raiva.

Hoje é um dia em que senti necessidade de homenagear essas mulheres, pioneiras da nossa luta, que se sacrificaram, foram mal tratadas, discriminadas, humilhadas, odiadas de uma maneira que não me é possível sequer imaginar. Essas primeiras "Mulheres que amam Mulheres" que tiveram a coragem de sair de dentro dos seus "armários" e mostrarem esse Amor sem vergonha e sim com orgulho, se estivessem vivas hoje veriam que a sua luta não foi em vão, hoje finalmente somos aceites legalmente como qualquer outro cidadão. É uma vitoria delas, de todas nós mas principalmente delas por terem tido a coragem...

CLAP CLAP CLAP CLAP CLAP CLAP CLAP CLAP CLAP CLAP

Estas palmas são vossas...
onde quer que estejam...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O dia aproxima-se, com ele os medos e ansiedades, mas não me vou entregar a eles, vou arrancar forças na esperança, a saudade faz-me levantar todos os dias com motivação para dar a volta por cima.
Não me permito pensar nas possíveis realidades que não me trarão a conquista dos meus direitos neste assunto, esta batalha só findará com a minha vitória, com a nossa vitória. Recuso-me a baixar os braços, a entregar os pontos.
Nada na minha vida foi fácil, nada me foi entregue de mão beijada, conquistei a pulso tudo o que sou hoje e é apenas mais uma batalha. Tenho comigo uma Mulher que luta a meu lado, que me põe os pés no chão quando tenho tendência para divagar, e que me levanta quando me sinto a afundar e juntas conseguiremos a nossa família unida e feliz.