quinta-feira, 29 de julho de 2010

Hoje tive uma recaída...
e que recaída... Tenho-me esforçado por colocar os ensinamentos da minha amiga em prática, passo maior parte das horas dos meus dias com a cabeça ocupada com tudo e mais alguma coisa , a angustia está lá, bem no fundo, presente mas sossegada.
Hoje o raio de uma picada bem profunda assustou-me, quando se repetiu voltou tudo ao de cima, inclusive algo que nunca tinha sentido, ataque de pânico... Numa noite quente como a de hoje senti suores frios, um aperto no peito, dificuldade em respirar e impossibilidade de pensar em algo mais do que aquilo.
Nunca mais chega o raio do dia... A incerteza é pior do que enfrenter a realidade...

domingo, 25 de julho de 2010

Felizmente a angústia não dura sempre. Fui cultivando laços com pessoas que me trazem à terra e me ajudam a encontrar caminhos, as tais a que chamo família.
Recorri a uma dessas pessoas, alguém que, por já ter passado pelo mesmo, compreende o turbilhão em que a minha cabeça anda.
Primeiro que tudo livrei-me do sentimento de culpa que carregava por me encontrar neste estado. No fundo sentia-me mal por não conseguir reagir, martirizava-me por me sentir em pânico e esse pânico me paralizar. Sabia que tinha que dar a volta mas ao olhar para a minha actual situação como um todo, não vislumbrava qualquer tipo de saida. Não via luz no fundo do tunél, apenas via um nevoeiro cerrado.
Depois de falar, chorar, quase gritar o que me ia na alma, ensinou-me pequenos "truques" a que posso recorrer para não me sentir tão embrenhada nesta nevoeiro.

Primeiro: Olhar para cada problema como se fosse o único, ver a importância que ele tem, quais as ferramentas que disponho para o solucionar e atribuir-lhe um timing.

Segundo: Priorizar as coisas, fazer uma lista como se fosse às compras e o dinheiro fosse pouco.
No topo da lista o fundamental, aquilo sem o qual não posso viver ou que influencia todos os outros e por ai em diante.

Terceiro: Planear o meu dia como se se tratasse de um plano de trabalho e segui-lo à risca, ter como disciplina fazer no mínimo 3 coisas a que me proponho todas as manhãs, não interessa a importância dessas coisas, pode passar apenas por colocar o lixo na rua ou obrigar-me a sair.

Quarto: Manter-me ocupada, quando a angústia vem, ocupar a mente, se estou em casa, ocupa-la com televisão, musica, leitura, jogos, se estou na rua contar árvores ou passos é um bom exercício. No fundo é fazer o que quer seja que me exija a atenção suficiente para que o meu pensamento não me deite abaixo.

Quinto: Se durante umas horas ou mesmo um dia não me apetecer fazer nada, tiver vontade de me fechar num canto às escuras e deitar cá para fora tudo o que me atormenta, permitir-me esse tempo sem sentimentos de culpa e sem a sensação que estou a falhar ou a decepcionar alguém.

Sexto: Canalizar toda a raiva que advém de sentir que não mereço pelo que estou a passar, a raiva que sinto por quem me tenta afundar e me cria ainda mais problemas do que os que já tenho e transforma-la em força para combater a vontade que tenho em ficar quieta no meu canto. No fundo é encher-me de orgulho e dizer para mim mesma: "Não vão conseguir derrotar-me".

Sétimo e ultimo: Recorrer a todas as pessoas que me são importantes. Não sentir que as estou a maçar e sim dar-lhes a oportunidade de me ajudarem nesta luta que estou a travar, pois muitas vezes os amigos não sabem como nos ajudar e ao recorrer a eles mostro-lhes como o podem fazer.

Neste momento acabei de planear o meu dia de amanhã, vou passar o dia a "comprar pão", "comprar pão" apenas depende de mim, é sinonimo de algo que é a minha prioridade máxima e sem a qual todos os outros problemas não poderão ser solucionados.

Angústia

Do que nos serve a ironia
...De usar a máscara da felicidade
Se é uma Angústia doentia
O que sentimos na verdade.

É essa angústia doentia a que sinto neste momento, tento usar mascaras de felicidade e de boa disposição quando estou ao pé dos que amo para não os preocupar mais, pois também eles, nada podem fazer. Mas quando me encontro na solidão de quatro paredes, o medo aliado à minha impotência dominam-me totalmente e levam-me ao desespero...

Dizem-me que tenho que pensar positivo, que tenho que encontrar forças dentro de mim para afastar as futuras possíveis realidades que me atormentam, mas não sei como o fazer, sinto o meu corpo exausto de remar contra a maré e os meus punhos dilacerados de tantos murros dar em pontas de faca. Estou coberta de chagas que sangram todos os dias...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Nos últimos tempos tenho sido atingida por:
Inúmeras rajadas de vento
[Desilusões]
Chuvas fortes
[Lágrimas]
e Granizo
[Medos]
No final da tempestade acredito, continuar viva e forte para, continuar os meus caminhos.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

É assim que te quero, amor


É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita de luz e pão e sombra,
eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.


Pablo Neruda

(retirado do facebook)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Porra!!!
Até para alguém optimista por defeito como eu é difícil gerir tantos buracos no caminho, tantas pedras pontiagudas.

De há um tempo a esta parte, cada vez que resolvo um problema aparecem-me mais uns quantos, anseio por um período de bonança, por curto que seja. Sinto-me a viver no meio de uma tempestade, sinto necessidade de ter paz para usufruir do que de bom alcancei nos últimos tempos, mas todos os dias levo lambadas.
Sinto que cada vez que me levanto uns milímetros do chão, vem uma foice e ceifa-me abrindo ainda mais o buraco e enterrando-me mais fundo.
Mas eu não desisto, não vou baixar os braços, mais uma vez vou lutar, focar-me nos objectivos arregaçar as mangas e persegui-los teimosamente até os alcançar.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Hoje constatei um facto:
O viver toda a vida aprisionada faz-me erguer grades à minha volta quando finalmente me deparei com a liberdade.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

ÀS VEZES, A FELICIDADE É UMA BENÇÃO, MAS GERALMENTE É UMA CONQUISTA. Paulo Coelho

Não podia estar mais certa esta frase, alguns momentos de felicidade aparecem nas nossas vidas espontaneamente mas a maior parte dos momentos felizes são conquistados pela maneira de encarar as situações.
Considero que há pelo menos duas maneiras de gerir as situações menos boas que se deparam na minha vida: Como um problema ou como um desafio. Durante anos considerei como problemas, enchi-me de auto-piedade fechava-me em casa num canto, dificilmente encontrava uma solução satisfatória e e mesmo quando a encontrei associei essa etapa como algo de negativo na minha vida pois foi uma altura extremamente sofrida e dolorosa. Até que um dia resolvi agir de maneira diferente, inicialmente encarei como uma experiência, se de uma maneira não resultava decidi tentar outra. Em vez de me fechar comigo mesma, chorar, sofrer e não resolver optei por arregaçar as mangas e ir à luta, no final quando tudo passou experimentei a verdadeira felicidade, aquela que se sente quando depende exclusivamente de nós, o orgulho e o amor próprio que vivenciamos por ver recompensado o nosso esforço.
Não quero com isto dizer que encontrei a formula mágica da felicidade, também travei batalhas em que sai derrotada, mas mais uma vez tem a ver com a forma de encarar as coisas, essas batalhas são para mim passos atrás que me ensinam a caminhar para a frente com mais vigor, são lições que aprendo.

Hoje, reflectindo sobre este assunto verifico que no fundo, quando me deparo com uma situação menos boa misturo as duas maneiras de a encarar. Inicialmente enclausuro-me dentro de mim mesma, desespero em busca de soluções, considero todas as hipóteses, pondero todas as minhas reacções e depois arregaço as mangas e vou à luta. Como boa teimosa que sou, não desisto dos meus objectivos, persigo-os até à exaustão, mesmo saindo derrotada, saio com a certeza que fiz tudo o que estava ao meu alcance pois só assim não considero como uma derrota pessoal e sim como uma lição a aprender, no fundo é um afinar de armas para a próxima batalha.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

"Apaixonamo-nos sem saber porquê porque a paixão quando chega não pergunta se queremos gostar desta ou daquela pessoa. Quando aceitamos ser conduzidos pelo coração só nos resta chegar até ao céu ou até ao abismo. Tudo depende dos outros pois nós uma vez entregues ao amor somos irremediavelmente seus prisioneiros."

Li este texto e apeteceu-me reflectir sobre ele.
Realmente não encontro uma definição para as pessoas por quem me apaixono, não consigo racionalizar as minhas paixões, algumas tenho a certeza que são totalmente impossíveis por serem por pessoas incompatíveis com os meus valores e trato rapidamente de me afastar e não me deixar envolver.
quando me apaixono por alguém com quem me identifico, com quem gosto de estar, que me fascina, ai deixo o meu coração comandar, solto-o das amarras que lhe imponho, entrego-me a essa paixão, atiro-me de cabeça e dou o melhor de mim a essa pessoa. Logicamente que embora sonhe como o céu tenho medo do abismo, principalmente porque já lá estive algumas vezes, mas nem esse medo me impede de recomeçar tudo de novo.
Talvez porque não me limito a trancar dentro de mim mesma os amores que me magoaram, que me maltrataram, que me arrastaram para as profundezas da dor e do desespero, obrigo-me a analisar as situações, percebo o que fez com que a beleza do meu sentimento me tivesse levado a uma situação tão penosa, concluo que não era a pessoa certa, umas por desistirem à primeira contrariedade, outras por se mostrarem quem não são, outras ainda por não terem, ou não quererem ter, a capacidade de se dar, e ai sigo em frente e fico novamente a aguardar que a vida me surpreenda.
Não trago ás costas situações mal resolvidas, liberto-me delas e quando me volto a apaixonar estou livre, sou livre, não avalio as pessoas baseada em outras, disponho-me a conhece-las de coração aberto e alma lavada, entrego-me da mesma maneira que me entreguei da primeira vez, só assim posso ter a certeza que não me vou arrepender se as coisas não derem certo. Coloco o meu coração nas mãos da outra pessoa e rezo para ter encontrado alguém que valorize o meu amor. No fundo rezo para encontrar quem se entregue de igual modo e um dia poder sentir a plenitude de viver um amor que cresce todos os dias.