segunda-feira, 31 de maio de 2010

Finalmente consegui dizer tudo o que sentia, abri completamente o meu coração, a minha cabeça, a minha alma, apresentei os meus medos, as minhas duvidas, as minhas ansiedades, conversamos, expusemos pontos de vista e chegámos a conclusões.
Ao fim ao cabo foi tudo tão rápido, tão precipitado que ainda nos estamos a conhecer.
Cheguei à conclusão que o que originou tudo isto foi o facto de vermos o mundo à nossa imagem, nem sempre as nossas acções são entendidas pela outra parte, nem sempre uma mensagem enviada por gestos chega intacta ao destinatário, foi bom conversar, foi bom entender, foi bom fazer-me entender, os meus fantasmas dissiparam-se como num golpe de magia.
Raio de feitio o meu que teima em ver perigos em cada esquina, que me transmite insegurança quando não entendo os gestos, que me coloca num período de introspecção e me fecha dentro de mim mesma, que me faz sofrer em silencio em vez de me encorajar a demonstrar o que sinto.
Por muito que eu não queira admitir, chego à conclusão que reajo baseada no que vivi com outras pessoas, as inseguranças que sinto são provocadas por atitudes que não são de todo da pessoa com quem estou presentemente.
Deixo aqui registado que me vou obrigar a falar no momento, não vou acumular magoas, não vou fingir que não existem até tomarem proporções tais que não aguento mais suporta-las.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Hoje senti necessidade de meditar sobre as diversas relações e como eu as entendo, as giro e as aceito.

Cada pessoa é um mundo, cada um vive dentro de si e não se partilha na sua totalidade, aprendi com a vida a analisar as pessoas, a estar atenta às suas acções e reacções, a percebe-las, a entende-las ou simplesmente aceita-las, ajo assim com os amigos, com os conhecidos mas então porque é tão difícil aplicar esses ensinamentos numa relação amorosa?

Porque aceito que um amigo esteja de mau humor e me dê uma resposta inesperada, porque respeito que alguém que estimo me diga "hoje não me apetece" ou "hoje quero estar só" mas quando as mesmas respostas transitam para o campo afectivo me causam um sentimento de insegurança e quase como de ataque?

Provavelmente porque sempre assim foi, sempre vivi "em família" desenquadrada, sempre me senti atacada e com uma enorme necessidade de jogar à defesa, de me proteger, sempre me fechei no meu casulo e geri esses sentimentos de perca e quase de maus tratos emocionais sozinha, hoje faço um bicho de sete cabeças, realizo filmes e reajo a eles.

Sinto extrema necessidade de me sentir segura, a minha vida já deu voltas e mais voltas, preciso de estabilidade mas vejo perigos em tudo e em nada. Tenho mesmo que resolver os meus problemas de insegurança de uma vez por todas.

Se racionalmente eu tenho certezas porque é que elas desaparecem quando as tento gerir emocionalmente? Porque é que em momentos de crise interior nada é tido como certo, coloco tudo em duvida? Fragilizo-me , fico tal porco-espinho pronta a receber tudo como ataque e sofro calada pois no fundo sei que deverão ser apenas filmes por mim criados.
Até esse sofrimento em silencio é uma infantilidade da minha parte pois se falar, se confrontar, automaticamente os meus medos se dissipam, então porque teimo em me calar, em me fechar e em me magoar?
Faço e refaço planos de como dizer o que me vai na alma, escolho as palavras para não ser demasiado bruta e mostrar o meu ponto de vista, mas na altura abro a boca e não consigo emitir o mais pequeno som, sinto um nó na garganta, um aperto no peito , os olhos cheios de lágrimas e remeto-me ao silencio.

Tenho mesmo um problema de insegurança, preciso descobrir a sua origem, preciso fazer uma viagem interior ao passado e perceber onde tudo começou, aceita-lo é o primeiro passo, agora é não jogar às escondidas com a minha insegurança e encara-la de frente.