sexta-feira, 15 de abril de 2011


No derradeiro minuto tirava do rosto
Toda a tinta que lhe havia posto
Para garantir a alegria.
Despia as roupas garridas
Que tinham de ser vestidas
Apesar da sua agonia.

Sabia que era palhaço
Tendo por isso de usar laço,
Grandes sapatos e um nariz encarnado.
Mas como lhe era difícil sorrir
Quando afinal tudo o que conseguia sentir
Era aquela Angústia que o trazia amargurado.

Quando se encontrava muito sozinho
Pintava na face um triste sorrisinho
E algumas lágrimas prateadas.
Era então que chorava
E com arte misturava
Soluços e gargalhadas.
(Ligia Laginha)


Assim me sinto, palhaço
Sorrio quando quero chorar, brinco quando o que queria fazer era demonstrar tudo o que sinto, a angustia de não te ter comigo diariamente. Digo-te que brevemente estaremos juntos quando sei que esse brevemente não é tão breve quanto tu e eu gostaria-mos.
Apenas quando estou só, escondida pela escuridão da noite me permito chorar, purgo todos os falsos sorrisos, permito-me sentir a dor da saudade, a angustia da incerteza.

Palhaço, é tudo o que sou.
Mascaro-me para não te fazer sofrer mais do que o que já estás.

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