domingo, 24 de abril de 2011

Outro dia vi algo na TV onde um personagem refere que na infância o que retirou das missas a que assistiu foi o bem e o mal, os justos tinham que ver o mal e resistir-lhe com todas as forças, era assim, bem ou mal, branco ou preto.

Esta ideia tem andado a dar voltas na minha cabeça, também eu, enquanto criança, via as coisas assim a preto e branco. Talvez tenha sido essa visão que mais tarde me fez olhar para mim e ver-me cinzenta e me fez tomar nessa altura a decisão de passar o resto da minha vida a aproximar-me do branco.
Mas não é sobre essa minha tomada de decisão que quero falar agora e sim sobre o resistir ao "mal".

No contexto em que a cena se passava essa resistência era em relação às tentações que todos nós sentimos. Nesse campo a minha "técnica" é Por os sentimentos de lado e racionalizar a situação, ponderar o que ganho e o que perco e se chego à conclusão que um momento de prazer põe em risco muitos outros fujo a 7 pés.

Mas essa resistência pode ser analisada por outro ângulo, resistir ao "mal" que nos é infligido de animo leve, sem causa, sem motivo, apenas com o objectivo de nos atingir.
Nos últimos tempos tenho travado essa luta, a pessoa que mais amo neste mundo tem servido de arma de arremesso com o único intuito de me ferir e magoar. Não é justa, não é fácil resistir à tentação de responder na mesma moeda, mais difícil ainda é agir apenas tendo em conta o seu bem estar.
É uma luta inglória, o que num momento penso ser o melhor para ele e ajo em conformidade, noutro chego à conclusão que não foi e tenho que gerir os meus sentimentos de culpa. Amo-o de mais para pensar sequer que uma acção minha lhe pode infligir sofrimento, não consigo distanciar-me o suficiente para agir racionalmente e trabalhar para um bem maior mas, olhando para trás, culpabilizo-me por não ter tido essa frieza e ao mesmo tempo sinto que se a tivesse tido estava a agir contra tudo o que sou.
Esta luta inglória que travo exterior e interiormente magoa, maltrata, corroí, deixa-me insegura relativamente aos passos a dar.

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