domingo, 25 de julho de 2010

Felizmente a angústia não dura sempre. Fui cultivando laços com pessoas que me trazem à terra e me ajudam a encontrar caminhos, as tais a que chamo família.
Recorri a uma dessas pessoas, alguém que, por já ter passado pelo mesmo, compreende o turbilhão em que a minha cabeça anda.
Primeiro que tudo livrei-me do sentimento de culpa que carregava por me encontrar neste estado. No fundo sentia-me mal por não conseguir reagir, martirizava-me por me sentir em pânico e esse pânico me paralizar. Sabia que tinha que dar a volta mas ao olhar para a minha actual situação como um todo, não vislumbrava qualquer tipo de saida. Não via luz no fundo do tunél, apenas via um nevoeiro cerrado.
Depois de falar, chorar, quase gritar o que me ia na alma, ensinou-me pequenos "truques" a que posso recorrer para não me sentir tão embrenhada nesta nevoeiro.

Primeiro: Olhar para cada problema como se fosse o único, ver a importância que ele tem, quais as ferramentas que disponho para o solucionar e atribuir-lhe um timing.

Segundo: Priorizar as coisas, fazer uma lista como se fosse às compras e o dinheiro fosse pouco.
No topo da lista o fundamental, aquilo sem o qual não posso viver ou que influencia todos os outros e por ai em diante.

Terceiro: Planear o meu dia como se se tratasse de um plano de trabalho e segui-lo à risca, ter como disciplina fazer no mínimo 3 coisas a que me proponho todas as manhãs, não interessa a importância dessas coisas, pode passar apenas por colocar o lixo na rua ou obrigar-me a sair.

Quarto: Manter-me ocupada, quando a angústia vem, ocupar a mente, se estou em casa, ocupa-la com televisão, musica, leitura, jogos, se estou na rua contar árvores ou passos é um bom exercício. No fundo é fazer o que quer seja que me exija a atenção suficiente para que o meu pensamento não me deite abaixo.

Quinto: Se durante umas horas ou mesmo um dia não me apetecer fazer nada, tiver vontade de me fechar num canto às escuras e deitar cá para fora tudo o que me atormenta, permitir-me esse tempo sem sentimentos de culpa e sem a sensação que estou a falhar ou a decepcionar alguém.

Sexto: Canalizar toda a raiva que advém de sentir que não mereço pelo que estou a passar, a raiva que sinto por quem me tenta afundar e me cria ainda mais problemas do que os que já tenho e transforma-la em força para combater a vontade que tenho em ficar quieta no meu canto. No fundo é encher-me de orgulho e dizer para mim mesma: "Não vão conseguir derrotar-me".

Sétimo e ultimo: Recorrer a todas as pessoas que me são importantes. Não sentir que as estou a maçar e sim dar-lhes a oportunidade de me ajudarem nesta luta que estou a travar, pois muitas vezes os amigos não sabem como nos ajudar e ao recorrer a eles mostro-lhes como o podem fazer.

Neste momento acabei de planear o meu dia de amanhã, vou passar o dia a "comprar pão", "comprar pão" apenas depende de mim, é sinonimo de algo que é a minha prioridade máxima e sem a qual todos os outros problemas não poderão ser solucionados.

1 comentário:

  1. Sabia que haverias de conseguir encontrar-te, encontrar a formula certa pra seguir em frente.
    Já sabes, o que precisares estou cá pra ti :).

    Beijinhos *_*

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