sábado, 20 de fevereiro de 2010

Não sei o que tenho, não sei o que sinto, não sei o que faz compulsivamente rolarem lágrimas pelo meu rosto. Refugio-me num banho para deixar de as sentir caírem no meu peito onde queria que estivesse a tua cabeça. Não penso, não quero pensar, queria conseguir esvaziar a minha cabeça mas nem o choro compulsivo me transporta para o vazio. As amarras que parecem envolver o meu peito estão cada vez mais apertadas, uma solidão imensa mesmo quando estou rodeada de pessoas bloqueia todos os meus sorrisos. Busco o silencio, o verdadeiro silencio mas os pensamentos não se calam, sinto-me a cair num abismo e tudo o que me rodeia não é suficiente para retardar essa queda. Não vislumbro soluções atempadas. Desanimo, falta de forças, falta de fé, falta de coragem. Luto para dar a volta mas é uma luta inglória.
Sei que não posso dar-me a este luxo, sei que tenho onde me agarrar para não me deixar afundar, sei que tenho mãos estendidas para me salvarem desta lama onde me encontro, mas inexplicavelmente não as agarro e limito-me a deixar-me ir...
Amanhã é outro dia, espero acordar com forças para me reerguer, ou então prefiro dormir até que essas forças voltem, pelo menos enquanto durmo a minha cabeça está vazia, em silencio...

2 comentários:

  1. Não consigo sequer imaginar metade da dor que sentes neste momento. Estarmos privadas de alguém que amamos é algo muito difícil de superar. Uma coisa sei, que muitas vezes vamos buscar forças onde menos esperamos encontrar. Tal como muitos dos textos que encontramos espalhados pela net dizem, o ser humano consegue coisas extraordinárias quando se supera a si mesmo. Tenho a certeza Ana que irás de alguma forma conseguir encontrar forças para levar o teu barco a bom porto. As pessoas que te rodeiam estão sempre a teu lado para te afastar das ondas perigosas, para te levarem para o mar pacífico. Apoia-te na bóia de salvação, quando te sentires afogar, pois tenho a certeza que ela estará sempre estendida para ti.
    Muita força Amiga!! Sabes que podes contar com a minha bóia.

    Beijinhos *_*

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  2. Obrigada pelas tuas palavras amiga, realmente senti o poder que tem o facto da minha luta ser travada a duas cabeças, quatro punhos e dois corações e graças a essa partilha sai da tempestade, ainda não navego no mal calmo, mas sei que tenho uma bóia que me acompanha e que comigo luta contra as ondas.
    Mais uma vez agradeço-te pelo apoio e pelo facto de saber que estás a torcer por mim e pela minha felicidade, isso para mim é muito importante.

    Beijinhos

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